A doença do extremismo, o 'coronavírus' do cérebro – Heron Cid
Bastidores

A doença do extremismo, o ‘coronavírus’ do cérebro

17 de junho de 2020 às 23h46

De direita ou de esquerda, o extremismo político é burro. Com todo o respeito ao simpático animal que carregou Jesus na triunfal entrada em Jerusalém.

É a ausência completa de senso, de razão. É a vitória do grito, da histeria, da anarquia sobre o raciocínio e a civilidade.

Essa é uma patologia com largo e surpreendente potencial de contaminação.

Não atinge apenas ignorantes, do ponto de vista das letras e do acesso à educação formal. É vírus que pega na veia de gente pós-graduada, elitizada e – teoricamente – culta.

Não é de hoje, é verdade. Mas somos tentados, pelo calor do momento, a pensar e achar que vem se agravando.

Chocante testemunhar que, para criticar a postura insensível do presidente diante da devastação do coronavírus, um humorista (!?) chamado Whindersson Nunes, dispara um: “Morre, Satanás”!

Qual graça?

É surreal assistir uma advogada se despir do argumento político e jurídico e defender publicamente o estupro de filhas de ministros do Supremo Tribunal Federal.

Aberração inominável partindo de uma operadora do Direito, uma pessoa presumidamente versada nas leis e no humanismo.

Uma prova viva de que faculdade não garante sabedoria e diploma não confere caráter.

Ela, porém, é apenas um de muitos exemplos dos letrados arrotadores de falsa intelectualidade que perderam o prumo e debandaram para o abismo da relativização.

Se o grotesco servir para combater o alvo perseguido, ou odiado, tá valendo. Nenhum incômodo intelectual, zero constrangimento moral. Nada de remorso religioso.

O extremismo vem contaminando o Brasil em larga escala e ele é doença tão perigosa quanto o coronavírus. Porque é visível, de alta proliferação e capaz de paralisar o cérebro do doente. E o mais grave; todo paciente se sente assintomático.

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