O adiamento da eleição; uma entrevista com José Maranhão – Heron Cid
Bastidores

O adiamento da eleição; uma entrevista com José Maranhão

13 de abril de 2020 às 20h56

Por mais que o Tribunal Superior Eleitoral finja que não, o calendário das eleições de 2020 já está comprometido. O prazo final de filiação encerrou sem nenhum partido poder fazer, na reta final, um evento público com novos filiados, por exemplo.

Mesmo aparentemente precoce, o assunto domina a cena pré-eleitoral. Como ter eleição nesse quadro indefinido de quarentena no Brasil?

Para o senador paraibano José Maranhão (MDB), o adiamento é a saída. Em entrevista hoje ao Hora H, programa da Rede Mais Rádio, ele defendeu a postergação do pleito para dezembro deste ano.

Na ótica de Maranhão, é o tempo para que as coisas se ajustem com prazo hábil de haver posse dos novos prefeitos em janeiro de 2021.

Maranhão está convencido de que sua tese tem eco na opinião pública e até entre políticos: “Estamos vivendo tempo de abalo institucional. Há proibição de reunião de pessoas e isolando pessoas para evitar contágio, ficou evidente que será prudente adiar o tempo das eleições”.

“Como se pode fazer uma campanha, sem os atos normais de uma campanha, sem comício, reuniões”? interroga Maranhão.

A ideia proposta por Maranhão é intermediária.”Manteríamos o mesmo tempo de mandato dos futuros prefeitos”, cravou.

Existem outras propostas em debate, como a eleição somente em 2022, com a coincidência de mandatos entre prefeitos, governadores e presidente. “Já vi se tentar isso uma vez e não funcionou. Prorrogou-se o mandato e não se conseguiu tornar isso politicamente viável”, discorda.

Nesse caso, prefeitos ganhariam dois anos de mandato de graça. E, alguns já reeleitos, governariam dez anos. Convenhamos, uma excrescência jurídico-constitucional.

Nem tanto à terra, nem tanto ao mar.

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