Uma jabuticaba na Assembleia e um bode na sala – Heron Cid
Bastidores

Uma jabuticaba na Assembleia e um bode na sala

6 de fevereiro de 2020 às 14h16
Praça dos Três Poderes (Foto: Gilberto Firmino)

Ninguém precisa ser especialista jurídico para, de pronto, perceber o inusitado na denúncia/impeachment apresentada pela oposição na Assembleia.

Na peça da oposição apresentada ao presidente da Assembleia, Adriano Galdino, há uma inovação excêntrica.

É o primeiro pedido de impeachment que, de uma vez só, pretende impichar governador e vice, titular e substituto direto.

A alegação vem acompanhada de um esforço retórico gigante para tentar também abranger a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT), a de que a pedetista fora beneficiada por suposta eleição viciada.

Uma ilação claramente de competência do âmbito da Justiça Eleitoral.

Mas, se por um lado a preocupação com a doutrina foi ignorada, por outro o alvo está solarmente claro: o alvo é a linha sucessória.

Não basta, por esse raciocínio, tirar João. O pacote tem que incluir a vice e abrir espaço para novos atores. Um movimento com DNA político.

O que é uma jabuticaba bem paraibana na Assembleia também é, ao mesmo tempo, um bode atirado na calçada central da praça dos três poderes. E já fede.

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