Calvário produz fina ironia: um petista sai em ‘defesa’ de deputado do DEM – Heron Cid
Bastidores

Calvário produz fina ironia: um petista sai em ‘defesa’ de deputado do DEM

8 de janeiro de 2020 às 13h24
Anísio Maia (Foto: Walla Santos/ClickPB)

Das voltas que a política dá. Texto endereçado ao Blog, remetido pelo deputado estadual Anísio Maia (PT), é uma peça. Nele é possível ver, pela primeira vez, um legítimo petista sair em defesa de um expoente do DEM, partido que fez a mais dura e longeva oposição ao petismo em nível federal.

Claro, que com uma finíssima ironia para confrontar. A ‘solidariedade’ foi ao deputado federal paraibano, Efraim Filho, nada mais nada menos do que o líder do Democrata na Câmara Federal.

O parlamentar, entre outros paraibanos, fora citado, vagamente, em delação da ex-secretária Livânia Farias como suposto destinatário de recursos não contabilizados para a campanha de 2018.

Maia critica a delação superficial, sem precisão e de “ouvi dizer”, contida na fala de Livânia, e refuta o método de vazamento. Tudo para lembrar que Efraim Filho, na visão de Anísio, hoje prova do veneno que usou contra Lula, Dilma e o PT, alvos de pesadas operações e condenações.

“Agora, ele sentiu na carne os efeitos desta prática”, atirou Anísio. Mas, ao mesmo tempo, assoprou em cima da pancada: “Não acho certo utilizar estes vazamentos, igualmente sem provas , contra ele ou qualquer outro personagem”.

Confira o texto na íntegra:

“No tempo que os vazamento sem provas atingiam o PT, o deputado Efraim Filho apoiava plenamente este método. Agora ele sentiu na carne os efeitos desta prática.

Não acho certo utilizar estes vazamentos, igualmente sem provas , contra ele ou qualquer outro personagem.

Foi o caso deste último vazamento citando alguns parlamentares paraibanos. Não se apresentou nenhuma prova material, só depoimentos.

Em um trecho deste, chega-se ao cúmulo de levar em conta uma afirmação onde a delatora insinua que “teria ouvido” de outra pessoa que “teria ocorrido um acerto” para repassar propinas a alguém .

Desde quando “ouvi dizer” é prova?

Efraim está provando do veneno que ele mesmo ajudou a consolidar. Mas mesmo assim, não devemos aceitar este julgamento sumário contra ninguém.

Neste caso recente procuraram destruir reputações baseado em afirmações sem apresentarem absolutamente nenhuma prova válida. Se o GAECO as dispõe que as apresente, se não acham conveniente apresenta-las agora, que não se exponha estes documentos. E se não existem provas concretas, é pior ainda, pois se tratará de desvio de conduta da autoridade que investiga o caso.

Em qualquer país que se respeita o direito à defesa estas acusações teriam que aguardar as devidas provas para serem divulgadas. No nosso País eles se transformaram em arma de guerra para denegrir pessoas e influenciar nossa política.

Da forma simplória como estão sendo usadas estas delações fica difícil acreditar em sua isenção.

Diante do que virou um jogo sem regras, o sensato e ético seria aguardar as provas para depois acusar.

Anísio Maia

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