Governo sob tempestade – Heron Cid
Bastidores

Governo sob tempestade

19 de dezembro de 2019 às 17h18

Definitivamente, o Governo passa pelo seu período mais delicado desde que João Azevêdo assumiu o comando do Estado.

A sétima fase da Operação Calvário gerou o momento de maior turbulência de uma gestão marcada por boicotes internos, tensões, fogo amigo e exonerações e secretários alvos de investigações.

A complexidade se agravou com os mandados de busca e apreensão em endereços do Governo, o que até chega a ser previsível, mas gera questionamentos também na direção do governador, que até aqui vem estoicamente resistindo ao tsunami de acusações contra próceres do seu ex-partido.

O ano caminha para o término com o Palácio debaixo de uma tempestade sem precedentes. Mas, antes mesmo, não houve um dia de calmaria.

Foram várias etapas da Calvário que obrigaram o governo a tomar medidas enérgicas, muitas das quais provocadoras de estopins para amuos, ranger de dentes e até rompimento.

Essa nova fase da Operação implicou em novas mudanças no primeiro escalão com a saída de Edvaldo Rosas da Chefia de Governo, nomeado há pouco tempo.

O quadro, no todo, provoca inevitável instabilidade e receios numa base governista inteira, ressabiada e de certo modo até acuada, sem saber ao certo o que vem por aí.

Do outro lado da praça, uma oposição atenta e dividida entre aproveitar a fragilidade ir pra cima de uma vez ou aguardar os desdobramentos.

No seu primeiro mandato, João não poderia enfrentar deserto mais árido. Ele está vivendo a pressão no nível máximo.

São trovões e relâmpagos para todos os lados. Nessa travessia imprecisa, sobreviver à inclemente intempérie é a palavra de ordem.

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