O ponto final e o acerto do começo – Heron Cid
Opinião

O ponto final e o acerto do começo

8 de março de 2019 às 11h22 Por Heron Cid

Está decidido dentro do Governo. O Estado da Paraíba não renovará o contrato com a Cruz Vermelha para gestão de hospitais, cujo prazo expira em junho.

O governador João Azevedo sinalizou essa decisão em entrevista ontem em Campina Grande. Mas nos bastidores, esse encaminhamento já vinha sendo refletido e costurado e é resultado, também, de tratativas com Ministério Público Federal e Estadual.

Sob suspeita, a gestão pactuada, especificamente com a OS investigada, não tem mais razão de ser mantida.

Como já dito aqui neste espaço, em outros dois artigos (OS, a cruz que se carrega e A hora de sair da Cruz), para além da acertada intervenção, o rompimento definitivo com a Cruz Vermelha – gestora dos hospitais de Trauma de João Pessoa, Metropolitano em Santa Rita e Geral de Mamanguape – seria uma preventiva providência administrativa e técnica.

Adiá-la seria prolongar a hemorragia dos desgastes e optar pelo desnecessário risco a novos traumas.

Se cumpriu o seu objeto, conforme os números decantados pelo Governo e argumento de melhoria dos serviços, pelo menos um princípio da administração pública está perigosamente ferido, o da moralidade.

Se não causou prejuízos ao erário, como sustentam as autoridades estaduais, a denúncia envolvendo a OS no mínimo provocou um dano ao Governo, o de imagem, grave tanto quanto o financeiro.

Decisão consolidada, a partir do fim do contrato o Estado abrirá novo edital com ampla concorrência e prazos razoáveis. Até lá, haverá, via intervenção, tempo para a necessária transição, sem prejuízos aos serviços e atendimento.

Da parte do Governo, seria um erro político fatal tratar o caso apenas como mais um enfrentamento com oposição e fazer desse debate um mero cabo de guerra. A circunstância não servia para isso.

O governador fez o que precisava. E o que se espera de um gestor nas horas de crise: racionalidade e decisão.

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