PT e PSL: extremos até nas contradições – Heron Cid
Opinião

PT e PSL: extremos até nas contradições

1 de março de 2019 às 10h48 Por Heron Cid
Protesto na Venezuela (Imagem: Boris Vergara/Xinhua)

Uma coisa é o discurso. Outra coisa é a prática. E em se tratando de política, a duas coisas funcionam conforme a conveniência da hora. Nunca da coerência com o que se diz e o que se faz.

O PT nasceu no embalo da justa luta pela redemocratização no Brasil, aprisionado em mais de duas décadas de arbítrio. A derrubada dos militares e do autoritarismo estava no seu programa.

No poder, o que o partido fez? Flertou e priorizou a relação política com ditaduras.

De Cuba, país que se arrasta numa longa travessia nas mãos da família Castro (Fidel e depois Raul), a declarados tiranos do Oriente Médio, numa espécie de opção pelo alinhamento aos países islâmicos, onde liberdade é um palavrão.

Na campanha de 2018, o petismo fez uma pregação contra o risco de eleger dois militares (Bolsonaro e Mourão) e o perigo iminente do regresso ao autoritarismo e uma nova ditadura.  Agora, não diz um pio contra os excessos na Venezuela. Pelo contrário, quando não silencia, minimiza.

Da outra parte, a recíproca é bem verdadeira. Jair Bolsonaro, presidente, critica de morte o nefasto regime que levou a Venezuela ao cadafalso. Para o bolsonarismo, Nicolás Maduro é um ditador autoritário. E é.

Mas com que autoridade critica Maduro quem aplaude a Ditadura Militar no Brasil, responsável por todo tipo de atentando às liberdades civis e direitos humanos?

Com que Moral se pode atacar os tresloucados atos do presidente venezuelano aqueles que tratam como herói nacional Carlos Ustra, reconhecidamente um torturador?

Como o PSL pode atacar o PT pelo apoio e veneração ao regime cubano sendo um notável propagador das “qualidades” da longeva ditadura dos generais brasileiros?

Enquanto participa do cerco internacional a Maduro, Bolsonaro se desfez em elogios ao ditador Alfredo Stroessner, o homem que com mão de ferro controlou o Paraguai entre 1954 e 1989, responsável por milhares de prisões arbitrárias, torturas e desaparecimentos.

Nessa extrema contradição, os dois antagônicos partidos se equivalem. Democracia ou ditadura para ambos depende do ponto de vista, do interesse e da ocasião.

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