A hora de sair da Cruz – Heron Cid
Opinião

A hora de sair da Cruz

5 de fevereiro de 2019 às 10h04 Por Heron Cid
Sede administrativa da Cruz Vermelha, em João Pessoa, cujo dirigente Daniel Gomes é réu confesso de sangrar saúde paraibana (Foto: RádioBlog)

Artigo publicado em 14 de dezembro último, aqui nesse espaço, conclui com essa frase-sugestão: “Depois desse calvário, o Estado tem a chance de refletir sobre o peso de carregar essa Cruz”.

Era uma análise dos efeitos comprometedores da Operação Calvário, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que mais tarde, como era de se esperar, chegaria em terras paraibanas.

Havia, já ali, uma solar e iminente necessidade de o Governo da Paraíba encontrar uma saída honrosa e se livrar das chagas do presumido calvário provocado pelos açoites das suspeitas.

Por mais que a atual administração compreenda como ‘vantajoso’ e ‘eficiente’ para o serviço público o modelo de gestão pactuada, a relação com a Cruz Vermelha, em específico, está contaminada por sérias acusações.

E dessa vez não é coisa de discurso da oposição e nem de alertas seguidos do Tribunal de Contas do Estado.

Há denúncia formal do Ministério Público com direito a despachos, buscas e apreensão e até prisões de servidor até pouco tempo entranhado no organograma do Estado.

Para o governador João Azevedo, mais do que a já instituída intervenção, o rompimento definitivo com a Cruz Vermelha – gestora dos hospitais de Trauma de João Pessoa, Metropolitano em Santa Rita e Geral de Mamanguape – passou da hora porque deixou de ser uma mera opção política.

Por tudo que está exposto, é uma preventiva providência administrativa e técnica. Por sinal, uma ação responsável que coaduna-se com o estilo de João.

Adiá-la é prolongar a hemorragia e se arriscar a novos traumas.

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