Xô, baixo astral. Por Zuenir Ventura – Heron Cid
Bastidores

Xô, baixo astral. Por Zuenir Ventura

5 de dezembro de 2018 às 12h00
Árvore da Lagoa Rodrigo de Freitas (Divulgação)

Virou rotina. O ex-governador Sérgio Cabral foi condenado anteontem a mais 14 anos e cinco meses de prisão pela Justiça Federal, acusado pela Lava-Jato de desviar mais de R$ 200 milhões. A pena chega agora a 198 anos e seis meses. Ele está preso desde 2016.

Enquanto isso, o seu ex-vice, Luiz Fernando Pezão, também detido, é acusado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de receber mais de R$ 25 milhões em espécie no período de 2007 a 2015, “valor absolutamente incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita”, segundo ela (em valores atualizados, os R$ 25 milhões equivalem a cerca de R$ 39 milhões). Se a gente lembrar que Garotinho e Rosinha também já estiveram presos e ainda não estão totalmente livres das grades, pode-se perguntar que outro estado ostenta em seu currículo esse ineditismo: quatro de seus governadores passaram pela cadeia.

Essas foram algumas das más notícias do ano no Rio. Foram tantas — na política, na economia e na segurança pública — que a volta da árvore de Natal da Lagoa, depois de dois anos de ausência, se transformou num animado e festivo evento.

A inauguração no sábado da “maior árvore flutuante de Natal do mundo”, como foi anunciada, atraiu 200 mil pessoas de vários bairros da cidade, que começaram a chegar com quatro horas de antecedência. A partir das 17h, vários shows musicais aconteceram no palco montado no Parque do Cantagalo. O ponto culminante foi às 21h, quando se acenderam 900 mil lâmpadas de LED formando oito decorações diferentes.

Durante o mês, um variado programa, que inclui atrações como a Orquestra Sinfônica da Petrobras, deve tornar o final deste ano mais alegre do que foi até aqui. Não só música vai animar quem for apreciar a árvore. Passeios noturnos de pedalinho, com até uma hora de duração, serão oferecidos gratuitamente nos fins de semana. Para as crianças, haverá uma casinha onde Papai Noel irá recebê-las aos domingos.

Enfim, a Árvore da Lagoa parece que está pretendendo ser um acontecimento redentor, uma espécie de “xô, baixo astral”.

O Globo

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