Lula para Haddad, o ato final – Heron Cid
Opinião

Lula para Haddad, o ato final

11 de setembro de 2018 às 19h44 Por Heron Cid
Fernando Haddad e Lula da Silva; finalmente, ex-presidente cede lugar na disputa

Preso há 158 dias, Luiz Inácio Lula da Silva protagonizou, hoje, direto da cela da PF em Curitiba o último ato da grande encenação de sua sexta candidatura à Presidência da República.

Manda-chuva do PT, mesmo encarcerado, Lula finalmente cedeu seu lugar a Fernando Haddad, o ungido por ele para pedir votos aos brasileiros.

“Quero pedir, de coração, a todos os que votariam em mim, que votem no companheiro Fernando Haddad para presidente da República”, escreveu.

“De hoje em diante, Haddad será Lula para milhões de brasileiros”, completou.

O petista resistiu às últimas consequências, atropelou o bom senso e as instituições e persistiu no papel de vítima até onde deu.

Limitado pelas regras das eleições, que não permitem participação de condenados em segunda instância, e pelo prazo da legislação eleitoral, o teatro precisou de um ato final.

Haddad é um bom candidato e até agora tem a ficha limpa, termo bem difundido pelos petistas – cujo governo instituiu a lei que ironicamente hoje barra seu líder. O que já é um diferencial para os tempos atuais.

Com portfólio de ministro respeitado da Educação, Haddad é desprovido do radicalismo a que Lula fora novamente contaminado, remontando ao perfil carrancudo que caracterizou suas primeiras disputas eleitorais.

Haddad pode voltar a dialogar com setores com que o PT já não se comunica mais, por absoluta incompatibilidade- de ambos os lados.

Não é candidato para se subestimar, sobretudo, sendo herdeiro do espólio do líder das pesquisas.

Se Lula deixou de ser um homem e se autoproclamou uma “ideia”, Haddad agora é essa ideia. A que pôs fim a uma “ideia fixa”.

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