Um presidente na 'peinha' – Heron Cid
Opinião

Um presidente na ‘peinha’

29 de maio de 2018 às 10h42 Por Heron Cid
Michel Temer, ex-presidente da República

Quando a versão digital de O Globo, via seu principal colunista, Lauro Jardim, estourou o conteúdo do grampo e delação do empresário Joesley Batista, a crônica política inteira, inclusive este espaço, deu como certo o fim do governo do implicado e denunciado presidente Michel Temer.

De Direito, Temer conseguiu sobreviver, ao contrário dos prognósticos e sensação de fim de linha, mas, de fato, o governo virou um paciente terminal respirando por aparelhos.

Ninguém imaginava que a instabilidade maior ainda estava a caminho, sob rodas e pesados comboios. A greve dos caminhoneiros e seus efeitos políticos deixaram a gestão num beco estreito escuro e com dificuldades de enxergar a saída de emergência.

No Congresso, já se fala na interrupção do mandato de Temer como solução para estancar a crise, embora haja resistência baseada num argumento plausível e cautelar: estamos há menos de cinco meses da eleição, o remédio legítimo para um recomeço.

Entre si, parlamentares da Paraíba confidenciam em sussurros a situação de insustentabilidade. Aliados, receiam pagar nas urnas a onerosa fatura do desgaste do governo, cobrada pelo eleitor. Adversários não sabem ao certo o que é pior.

O cenário é mais complexo do que o escândalo do Palácio do Jaburu. Sem popularidade alguma, agora o presidente começa a perder tudo que lhe resta: apoio parlamentar.

Ironicamente, só ainda está de pé porque o País, por sobrevivência, considera mais prudente mantê-lo na maca, mesmo já com maus odores, esperando até a hora do desligamento das máquinas.

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