A pregação de Pedro – Heron Cid
Opinião

A pregação de Pedro

25 de julho de 2017 às 12h28 Por Heron Cid
Deputado federal do PSDB Frente a Frente, comigo, ontem, na TV Arapuan

Como abrir um debate de uma renovação de práticas e costumes, num Brasil no auge de um sistema político em deterioração, sendo produto deste sistema?

O jovem deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) tem consciência deste limitador e o grau da dificuldade, mas, mesmo assim, não se queda e acha que é possível e tem um papel a cumprir.

Foi isso que ele expressou, com convicção de um apaixonado por esta causa, durante entrevista ontem ao Frente a Frente, programa que apresento na TV Arapuan.

Pedro reitera a reflexão. Não dá pra o Governo, Congresso e Judiciário tentar convencer a população dos remédios amargos sem provar deles.

No bom português. As reformas (Tributária, Trabalhista, Previdenciária e Eleitoral) são necessárias, mas uma mudança não pode faltar: a redução do custo (altíssimo) da máquina.

É – na visão de Pedro – um movimento pedagógico e orçamentário. Ninguém arrotando gorduras e benefícios tem moral para pedir sacrifício de quem já vive sacrificado.

Integrante da ala dos cabeças-pretas, a nova geração do PSDB, o paraibano confronta o comando do partido na defesa do afastamento definitivo do Governo Temer.

E diz se sentir bem ao ser deputado exatamente numa das piores quadras da política brasileira. Estranho? Ele não acha, porque vislumbra neste caos as evidências de um parto dolorido para parir uma nova sociedade.

De preferência, com uma nova política. Com transparência, sem privilégios e com mais espírito público.

O fato de integrar uma oligarquia, prática antiga, que ele mesmo assume como existente e dela integrante, não lhe inibe e nem constrange, conforme a resposta que me deu a este questionamento.

Pedro diz que faz do que poderia lhe tirar autoridade mais um motivo para se mostrar ‘novo’ e antenado com seu tempo. E de justificar todo dia para cada eleitor que não é só o filho de Cássio.

Apesar de se “orgulhar de ser” porque o pai – no sentir dele – prova todo dia com sua influência nacional na política que não é só o herdeiro de Ronaldo.

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