Toma que é o filho é teu. Por Ricardo Noblat – Heron Cid
Bastidores

Toma que é o filho é teu. Por Ricardo Noblat

21 de agosto de 2018 às 10h36
O presidente da República, Michel Temer, durante a comemoração dos 20 anos do Código de Trânsito, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - 31/07/2018 (Evaristo Sá/AFP)
“Bolsonaro é Temer, não muda em nada, é só conversa fiada, coisa que não muda em nada a vida do povo”, disparou, ontem, em Fortaleza, o coordenador da campanha presidencial de Ciro Gomes (PDT), o irmão dele, Cid Gomes, que aspira se eleger senador.

“Quem inventou Temer presidente foi o PT quando o escolheu duas vezes para ser vice de Dilma”, repete há mais de um mês Geraldo Alckmin (PSDB), o candidato a presidente que mais terá tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Para quê mesmo?

“Temer é uma espécie de bola de ferro amarrada ao pé de Alckmin que, por isso, não irá a lugar algum”, responde Fernando Haddad (PT), candidato a vice de Lula, que não será candidato a nada porque foi preso e condenado por corrupção.

“PT e PSDB são responsáveis pela situação que aí está”, replica Marina Silva, candidata da REDE a presidente, que faz questão de se manter distante de Temer. Assim como se mantém Henrique Meirelles (PMDB), que só é candidato por que Temer deixou.

É dura a vida do presidente mais rejeitado da história do país. Foi assim também com José Sarney na eleição de 1989. Nenhum dos 22 candidatos à sua vaga disse uma só palavra a seu favor. Foram para o segundo turno os que mais bateram nele.

Sarney subiu a rampa do Palácio do Planalto porque o presidente eleito Tancredo Neves, do qual era vice, morreu sem assumir o cargo. O principal problema de Sarney era a economia. A inflação batera na casa dos 80% ao mês.

O problema de Temer é político. Ele suicidou-se ao receber às escondidas a visita do empresário Joesley Batista, dono do Grupo JBS. A gravação do que disse e ouviu acabou com o seu governo. É um presidente insepulto, como foi Sarney.

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