Em vez de fazer a mala, Temer faz temeridades. Por Josias de Souza – Heron Cid
Bastidores

Em vez de fazer a mala, Temer faz temeridades. Por Josias de Souza

14 de agosto de 2018 às 11h21
(Brasília - DF, 09/10/2017) Reunião com o Senador José Medeiros e parlamentares. Foto: Marcos Corrêa/PR

Autoconvertido numa espécie de ex-presidente no exercício da Presidência, Michel Temer tornou-se um administrador perigoso. Deveria estar fazendo as malas, mas prepara medidas arrojadas. Entre elas um decreto presidencial sobre a relicitaçãode concessões de rodovias federais à iniciativa privada. Desde que Temer assumiu o trono, em 2016, que seus auxiliares falam sobre a necessidade de repactuar os valores de contratos de concessões assinados na gestão de Dilma Rousseff. E resolveram agir agora, no ocaso do governo.

A pretexto de assegurar transparência à edição do novo decreto, Temer iniciou a semana com uma reunião-espetáculo, transmitida ao vivo pelos canais governamentais. Investigado sob a suspeita de ter trocado propinas pela edição de um outro decreto, de interesse de empresas portuárias, Temer disse ter promovido uma reunião aberta em nome da transparência, para evitar acusações de que o governo estaria favorecendo “esta ou aquela empresa.”

Em outubro, depois que forem abertas as urnas, Temer terá de cumprir o ritual transição de governo. O primeiro ato seria a nomeação de um ministro para comandar esse processo. Entretanto, considerando-se o fato de que o governo de Temer é, ele próprio, uma transição que saiu pelo ladrão, o presidente renderia homenagens ao bom senso se congelasse qualquer ato que envolva negócios na casa dos bilhões. Além de evitar surpresas para o sucessor, é mais civilizado.

UOL

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