Em campo, o Neymar malandro. Falta o craque. Por Ricardo Noblat – Heron Cid
Bastidores

Em campo, o Neymar malandro. Falta o craque. Por Ricardo Noblat

23 de junho de 2018 às 08h39
Neymar chora ao final do jogo em que mais uma vez atuação deixou a desejar (Antonio Lucena/VEJA)
Considerado um dos melhores jogadores do mundo, o craque dos dribles desconcertantes, dos gols além da imaginação e das assistências mortais Neymar da Silva Santos Junior, 26 anos de idade, natural de Moji das Cruzes, em São Paulo, ainda não foi visto em campo na Copa do Mundo da Rússia.

Quem vestiu a camisa 10 da Seleção Brasileira nas partidas contra a Suíça e a Costa Rica foi o Neymar malandro, adepto da teoria de que é preciso tirar vantagem de tudo, que prefere provocar os adversários para cavar faltas, estrebucha na grama ao primeiro empurrão, e tenta fraudar o placar encenando pênaltis inexistentes.

Não deveria haver lugar para um tipo desses em um time cujo treinador já disse e repetiu tantas vezes: “Eu quero vencer por ser mais competente, mais ético e mais leal, e com a autoestima elevada. O que significa autoestima elevada? É não precisar de subterfúgio para vencer. (…) Eu não preciso da malandragem.”

Na entrevista que concedeu depois do jogo de ontem, Tite voltou a avisar a quem interessar possa: “O técnico é ético. Eu pedi para a equipe não reclamar com o juiz. Não precisamos de arbitragem para ganhar o jogo. Quero ganhar sendo mais competente.” Neymar reclamou e levou um cartão amarelo. Depois chorou a seco.

O Neymar revelado pelo Santos, e que no Barcelona viveu seus melhores momentos, foi corrompido e deixou-se corromper ao se tornar protagonista da mais cara transação da história do futebol mundial até aqui. O fascínio pelos holofotes apagou parte do seu talento. O marketing passou a ditar-lhe todos os seus passos.

Espera-se que se recupere e que volte a jogar. Se possível, antes que a Copa acabe.

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