Era uma vez a tese da eleição indireta... – Heron Cid
Opinião

Era uma vez a tese da eleição indireta…

14 de dezembro de 2017 às 10h04 Por Heron Cid
Palácio do Governo e Tribunal de Justiça aprofundam fosso das relações conflituosas (Foto: Gilberto Firmino)

Vez por outra, nos bastidores, setores da política paraibana especulam uma tese dos sonhos da articulação girassol.

A estratégia seria a fórmula de sucesso para o governador Ricardo Coutinho renunciar o cargo, disputar o Senado, deixando no seu lugar um aliado de estrita confiança, o secretário João Azevedo.

Para tanto, Ricardo renunciaria, carregando consigo a vice Lígia Feliciano, que seria “convencida” a também se afastar.

Assim, o presidente da Assembleia, Gervásio Maia, assumiria o Governo e convocaria eleição indireta pela Assembleia.

O candidato governista, por óbvio, seria Azevedo, privilegiado, nessa operação, por ir à reeleição montado no Palácio. Um céu, convenhamos.

A estratégia, entretanto, tem um obstáculo legal que poucos estão calculando.

Nessa hipótese, se assumisse o Governo para organizar a eleição indireta, Gervásio ficaria inelegível, exceto para o cargo de governador.

Ou seja, Maia só assumiria para ser ‘o candidato’, o que não está nem de longe nos planos socialistas e nem muito menos nos cálculos do presidente da Assembleia, focado na eleição para federal.

Mantido o plano de Gervásio para a Câmara, o que é mais crível, ele também teria que renunciar a prerrogativa de assumir o Governo.

Na linha sucessória, caberia ao presidente do Tribunal de Justiça, Joás de Brito, a posse e a condução da eleição indireta.

Pela conturbada e pouco amistosa relação entre o desembargador e o governador, seria um cenário de pesadelo para o governo. Muito longe do sonho de consumo.

O que no mundo real faz com que a tese esteja mais para fábula do que para articulação.

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