PSDB faz jogo do “eu sozinho”. Por Reinaldo Azevedo – Heron Cid
Bastidores

PSDB faz jogo do “eu sozinho”. Por Reinaldo Azevedo

5 de dezembro de 2017 às 07h59

O ala do PSDB que decidiu resistir à reforma da Previdência, vejam que coisa!, é aquela mesma, sem tirar nem pôr, que comandou a pressão em favor do rompimento com o governo federal. Que coisa curiosa, não? Enquanto parecia que o presidente não conseguiria levar adiante uma nova proposta, os ditos “cabeças pretas” do tucanato se escondiam confortavelmente na covardia: sabiam que estavam batendo num governo que faz a coisa certa, embora impopular. Ora, a política existe também para convencer as pessoas, para tentar fazer com que mudem de opinião, para, em suma, liderar o processo político, não apenas para ser seu caudatário.

Mas não tem jeito. Essa ala tucana se comporta com a arrogância de quem dá as cartas, fingindo uma hegemonia do processo que simplesmente inexiste. O fim de semana passado poderia ter sido de entendimento entre o presidente Michel Temer e o governador Geraldo Alckmin. Não aconteceu nada. Pior: tucanos tentaram vender a versão de que foi Temer quem tentou uma aproximação com o mandatário dos Bandeirantes, o que teria sido delicadamente refugada por este. Ocorre que isso não aconteceu.

Ainda há pouco li um texto sustentando que o presidente não teria desistido de ter Alckmin também como o candidato do Palácio do Planalto. Não é o que tenho ouvido. Não é o que indica a lógica. Diria até que os fatos vão na contramão dessa versão. Os tucanos estão achando, de posse sei lá de quais dados, que são os donos da bola. E, vamos ser claros, não são.

Basta analisar a pesquisa Datafolha. Não há nenhuma razão para achar que o pré-candidato tucano deu início a uma escalada irresistível. Por mais que a muitos pareça óbvio — e deveria ser mesmo — que o governador do maior Estado do país seja o líder, dado o atual quadro, do centro político, o fato é que o cálculo mesquinho impede que essa liderança se consolide.

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